A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu dois hackers, nesta terça-feira (20/6), por envolvimento em um esquema de venda de dados sigilosos da população brasileira. Eles são acusados de divulgação de segredo, invasão de dispositivo informático, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
De acordo com as investigações, cerca de 200 milhões de dados pessoais de brasileiros estavam expostos, dentre fotos, assinaturas digitais, veículos e registros de armas. As informações eram usadas para diversas fraudes eletrônicas, violações da intimidade dos cidadãos e elaboração de dossiês contra autoridades públicas.
Além das prisões, a corporação cumpriu mandados de busca e apreensão, bloqueou contas bancárias e criptomoedas dos envolvidos e derrubou um site e servidores usados pelos suspeitos.

Os mandados são fruto de uma investigação iniciada para combater o crescimento de golpes eletrônicos. Dezenas de inquéritos na 9ª Delegacia de Polícia do DF abrangiam casos de pessoas enganadas porque os golpistas tinham detalhes de suas vidas privadas — nome completo, idade, classe social, endereço, celulares de parentes, histórico de vida etc.
A PCDF ainda constatou que os criminosos tinham acesso a câmeras capazes de ler placas de veículos e, consequentemente, localizar as últimas rotas.
Na sequência, os investigadores descobriram que tais dados eram comercializados na darknet. Por meio de mensagens instantâneas em apps, os criminosos vendiam o acesso aos painéis de consulta de dados, em pacotes com números determinados de dias. As informações eram compiladas no site (agora derrubado) e organizadas de maneira profissional e intuitiva para qualquer leigo.
A corporação obteve os logs de todos os usuários que compraram acesso ao painel com dados sigilosos. Tais pessoas também serão investigadas. Com informações da assessoria de imprensa da PCDF.

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